Aquilo que quisermos.
Aquilo que sonharmos.
Aquilo que fizermos acontecer.
Nem sempre temos aquilo que queremos… peraí, será que não? O valor que cada coisa tem para cada um já foi comentado em outro post – o valor de cada coisa. Lá eu falava das coisas que possuímos e almejamos e que podemos tomar decisões em relação aquilo que temos em nossas vidas hoje e não naquilo que imaginamos que teremos no futuro. Este post não é muito diferente, mas muda um pouco o enfoque, na verdade ele procura chamar a atenção para o futuro, ao invés do presente.
Sim, o presente é o momento que vivemos e o amanhã pode nem existir para nós, afinal, quem sabe o dia de amanhã? Mas fato é que se queremos ter uma vida próspera e feliz temos que saber para onde caminhamos – a direção que queremos ter na vida. Você não tem objetivos definidos ou acha que é melhor deixar a vida tomar um rumo sozinha? Se a resposta for sim você precisa ler o post em que falo sobre objetivos de vida.
É muito importante que saibamos o que queremos do futuro, que tenhamos sonhos e desejos de nos melhorarmos e que possamos atingir uma felicidade plena. O que tudo isso significa para cada um vai variar, mas para quem não sabe o que quer qualquer coisa serve. Quanto mais distantes do presente são seus objetivos futuros mais abstratos eles serão. E assim devem ser, porque você não sabe o que lhe acontecerá até chegar lá na frente. Então funciona da seguinte forma: objetivos próximos você pode definir com mais detalhes e planejamentos, enquanto objetivos a longo prazo você apenas visualiza o que quer, aonde quer chegar. O caminho você vai descobrindo aos poucos, a medida que caminha.
Querer controlar o futuro é ter a certeza de se frustrar, porque as coisas nunca acontecem exatamente como imaginamos. Mas se isso é verdade por que vemos tantas pessoas se amargurando por aquilo que não tem e dizendo que nunca terão nada, que não tem sorte na vida? O que dizer então de pessoas que estão bem e tomam decisões que as tiram desse bem-estar, pois acreditam que no futuro isso pode acabar e elas podem sofrer, então elas preferem sofrer agora do que viver uma dúvida de um futuro ruim (futuro este que poderia vir a ser ainda melhor que o hoje). Por que é tão mais fácil acreditar que as coisas não darão certo e querer se conformar com isso? A resposta é fácil, já veio à tona aqui no blog antes: medo. O medo paralisa e faz as pessoas tomarem decisões que fogem a própria lógica.
Nesse caso, o medo é proporcional ao quanto a pessoa acredita em si mesma. O medo aqui tem o nome de insegurança e é essa insegurança que nos faz ficar perdidos, acuados e sem saber o que fazer e quando estamos assim fugimos. Buscamos nos esconder e nos proteger do perigo que acreditamos estar enfrentando. Mas o perigo não está nos acontecimentos ou no desconhecido, está dentro de nós mesmos. Somos nossos maiores sabotadores. Nós temos a capacidade de fazer mal a nós mesmos e tomar decisões desconexas do que queremos de verdade.
Enquanto não acreditarmos que somos nós que construímos nossa felicidade, que nem sempre as decisões são apenas aquelas que vemos no primeiro momento e podemos criar alternativas, então estaremos presos num ciclo de sofrimento. A partir daí, se antes éramos aquele que estava bem e decidiu sofrer no agora com medo de sofrer mais no futuro, logo passaremos a nos tornar alguém amargurado que acredita que não tem sorte na vida. Se acomodará se isentando de correr atrás de mudanças e irá colocar no destino, na sorte, as coisas que lhe acontecem. Você pode se perguntar agora, mas será que já não sou essa pessoa amargurada que acha que construir nosso futuro depende de sorte? Bom, tenho certeza que você não é, porque esse tipo de pessoa não estaria lendo esse texto até aqui e achando que ele faz algum sentido. Pois eles já estão tão profundamente mergulhados nessa realidade de desacreditar deles que eles não confrontam situações em que podem ser colocados a questionar suas decisões.
Voltamos então a pergunta do início do texto: será que não temos aquilo que queremos?
Sabendo que é importante ter objetivos definidos para o futuro para que saibamos a direção que estamos indo e que o presente nem sempre é perfeito, mas que devemos aproveitá-lo, pois a vida se vive hoje. Falta descobrir se o que temos hoje é tudo que queremos. A resposta mais saudável para isso seria não. Podemos ter tudo o que precisamos, mas não tudo que queremos. Isso porque não querer nada do futuro é não ter perspectivas de vida. O problema é quando nunca achamos que o que temos é bom. Estamos constantemente reclamando porque as coisas não aconteceram como queríamos (controlar o futuro), porque não temos as melhores coisas (valor que se dá a cada coisa) ou que só temos coisas ruins na vida e nunca conseguiremos nada de bom (lembra do amargurado?).
Peço desculpas por não ter uma resposta pronta para responder se temos aquilo que queremos realmente. Porque isso depende de cada um… existem pessoas que a cada dia tem que buscar a sobrevivência daquele dia e não sabem como será no dia seguinte e são agradecidas pelo que tem e amam a vida. Como também existem pessoas com recursos quase que ilimitados que se sentem desgostosos e sem apreço pelo que têm. Isso vai do olhar que cada um tem pela vida e aquilo que realmente importa para cada um deles. Quem está certo? Não sei se existe um certo, mas sei que existe um feliz, um que acredita e faz cada momento valer a pena, seja ele como for.