Quando nos relacionamos com alguém, seja lá qual for o tipo de relacionamento, existe uma grande incógnita em relação a esta pessoa que passou a fazer parte de nossas vidas. Claro que podem existir várias incógnitas dependendo de cada pessoa, mas esta a qual me refiro sempre irá existir, a confiança. Será que posso confiar nessa pessoa?

Essa questão da confiança não se trata apenas do início de um relacionamento, não mesmo, ele está presente durante toda a convivência. Costumo pensar que aqueles que acabam de conhecer alguém e logo chamam de amigo e declaram confiança tem um tanto de ingenuidade e não se aprofundam muito para conhecer as pessoas. Sim, pois o quanto você conhece cada um ao seu redor vai te dizer o quanto e se poderá confiar em determinada pessoa.

Quando eu falo em confiança é confiar pra qualquer coisa, pra confiar qualquer segredo, ou algo que você precise compartilhar. Alguém que você não tem dúvidas que poderá contar. É complicado se pararmos para pensar que mesmo entre familiares e pessoas que amamos existem muitos os quais não podemos confiar. A maioria só descobrimos ao longo da vida. Aquela história de ir conhecendo a pessoa… Mas não vamos confundir o gostar ou amar com confiança. Será que podemos gostar de alguém que não confiamos?

As pessoas são falhas, tem limitações, e quando se conhecem sabem que não podem confiar nem em si mesmas. Alguém que precisa de uma dieta pode confiar em si mesma que irá seguir à risca a alimentação até que ponto? Se você precisa se dedicar aos estudos, pode confiar em você mesmo que irá seguir plenamente sua programação de estudos? Se alguém lhe contou sobre algo íntimo que aconteceu e você acabou comentando com outra pessoa, muitas vezes nem percebendo que estava contando algo que a pessoa não gostaria de compartilhar com outros, você não se sente mais uma pessoa de confiança por isso?

Se pensarmos com cuidado, todos nós acabamos falhando com os outros (e com nós mesmos) no quesito confiança em algum momento. Seja por algo sério ou por algo banal. Somos humanos, estamos vivendo e aprendendo, isso faz parte. O que realmente faz diferença é se houve intenção de prejudicar alguém ou nos aproveitarmos de alguma forma do que foi confiado a nós. Vejo a confiança não como algo absoluto, como um atestado de perfeição de alguém que nunca irá falhar conosco, mas alguém que precisamos conhecer para saber até onde e como podemos confiar na pessoa.

Confiar é poder colocar um pedacinho de você na mão do outro e saber que ele irá cuidar bem. Confiança é algo que só funciona bem quando os dois estão em sintonia, pois não basta a pessoa que você reparte algo seu cuide bem daquilo que você confiou a ela, se você não sabe até que ponto essa pessoa pode guardar o que você confiou. Às vezes um simples segredo pode ser um fardo pra alguém que terá dificuldades em guardar ele. É fácil “descarregar” o peso das suas costas nas costas do outro e delegar a ele a obrigação de carregar aquilo sem que possa dividir o peso com mais ninguém. Por isso a importância de conhecer quem está ao seu lado, pra saber se ele poderá carregar o peso sem problemas. Com os dois lados da relação estando bem alinhados é possível construir uma relação harmônica onde a confiança é algo natural e baseado na sinceridade que um tem com o outro, no quanto se deixam conhecer e conhecem o outro.

 

 

O passado veio me visitar

Contar das coisas que vivemos

E do quanto deixamos para trás.

 

Pensei que tinha sido correto

Feito o que tinha que fazer

E que tudo se corrigiria.

 

Não foi bem assim

E o futuro diante de mim

Não parece que irá melhorar.

 

Queria poder dizer que me arrependo

Que aquilo não irá se repetir,

Mas talvez eu estivesse mentindo.

 

O que posso afirmar

É que me dói vê-lo sofrer

E quero me redimir.

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