O ano de 2007 foi marcado, entre outros acontecimentos, pela guerra do Iraque com os Estados Unidos e o combate ao terrorismo, muita tensão política presente no ar. O ano de 2008 não seria menos tenso, marcado por uma das maiores crises econômicas que vivemos. Foi nesse período que a banda Coldplay criou o álbum Viva La Vida Or Death And All His Friends (também conhecido apenas como Viva la Vida). Amor, arte, guerra e revolução com grandes doses de referências históricas compõe as músicas deste álbum.
A música Viva La Vida se destaca trazendo em sua letra o momento de um monarca que perdeu o poder. Frases da música como “Eu costumava dominar o mundo”, “Mares se agitavam ao meu comando” e “Eu costumava jogar os dados” marcam bem essa expressão de grande poder de alguém que não tinha muita preocupação com a forma que usava esse poder. Esse poder é efêmero e, como diz a letra, “Agora o velho rei está morto! Vida longa ao rei!”. Sempre virá um novo alguém para tomar o poder, ficando apenas a lembrança e a reflexão do que foi feito quando se tinha o poder nas mãos.
Além do poder opressor está toda uma população que sofre com isso e clama pela revolução. No tempo que se gasta lutando por poder ou liberdade as pessoas poderiam estar simplesmente vivendo. Mais do que um episódio pontual na história de um personagem a música se refere ao autoritarismo sobre o povo e o quanto isso é vazio, independente da época que for. Reis ou plebeus, o que marca é a nossa humanidade, o quanto somos frágeis e iguais perante as outras pessoas. Como disse o Barão de Itararé: o que se leva desta vida é a vida que se leva.
Tradução da letra da música (retirada do site vagalume)
VIVA A VIDA
Eu costumava dominar o mundo
Mares se agitavam ao meu comando
Agora, pela manhã, durmo sozinho
Varro as ruas que costumava possuir
Eu costumava jogar os dados
Sentia o medo nos olhos dos meus inimigos
Ouvia como o povo cantava
“Agora o velho rei está morto!
Vida longa ao rei! “
Um minuto eu detinha a chave
Depois as paredes se fechavam em mim
E percebi que meu castelo estava erguido
Sobre pilares de sal e pilares de areia
Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando
Os corais da cavalaria romana cantando
Seja meu espelho, minha espada e escudo
Meus missionários em uma terra estrangeira
Por um motivo que eu não sei explicar
Quando você se foi não havia
Nunca uma palavra honesta
Era assim, quando eu dominava o mundo
Foi o terrível e selvagem vento
Que derrubou as portas para que eu entrasse
Janelas destruídas e o som de tambores
O povo não poderia acreditar no que me tornei
Revolucionários esperam
Pela minha cabeça em um prato de prata
Apenas uma marionete em uma solitária corda
Oh, quem realmente ia querer ser rei?
Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando
Os corais da cavalaria romana cantando
Seja meu espelho, minha espada e escudo
Meus missionários em uma terra estrangeira
Por um motivo que eu não sei explicar
Eu sei que São Pedro não chamará meu nome
Nunca uma palavra honesta
Mas, isso foi quando eu dominava o mundo
Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando
Os corais da cavalaria romana cantando
Seja meu espelho, minha espada e escudo
Meus missionários em uma terra estrangeira
Por um motivo que eu não sei explicar
Eu sei que São Pedro chamará meu nome
Nunca uma palavra honesta
Mas, isso foi quando eu dominava o mundo
FICA A REFLEXÃO
Estamos realmente aproveitando a vida ou estamos numa busca por algum tipo de poder que, no fim, se mostra vazio e sem sentido? Cada um de nós tem muito a seu dispor para construir uma vida incrível, mas o que fazemos com o poder que nos é dado? Será que percebemos o que temos ao nosso dispor ou nos preocupamos mais com aquilo que não temos?
Quando olhamos para nós mesmos e para o que temos ao nosso redor surgem muitas questões. Enquanto você estiver lidando com essas questões estará evoluindo, mesmo que nem sempre acerte nas escolhas que faz, o caminho sempre será de desenvolvimento e aprendizagem (leia o texto Você costuma fazer escolhas certas?). O problema é quando não questionamos o que fazemos e vivemos no piloto automático.
Se está desanimado, se sente a sua vida estagnada e sem direção convido você a fazer uma revolução.
Capa do albúm Viva la Vida feito utilizando a pintura de Eugène Delacroix, A Liberdade Guiando o Povo.
Não viva para acumular, não se desgaste com o que é passageiro, não gaste tanto tempo lutando por coisas que você não pode carregar com você. Aquilo que realmente é valioso nós não podemos mensurar, o que mais vale a pena na vida não pode ser visto com nossos olhos. Ao contrário do que pensamos, tudo o que mais nos marca é marcado com o coração e não com a mente. Alimente seu coração com boas vibrações e com lembranças incríveis com as pessoas que realmente são importantes para você (leia também os textos Acreditar em si mesmo e Amigo de verdade).
Busque algo que lhe faça sentir vivo, algo que faça sentido para você. Por um momento que seja, liberte-se dos pensamentos negativos, visualize algo que lhe anima, que lhe faz bem e se entregue a isso. Vamos colorir a vida e sentir pulsar a energia positiva. Faça disso um exercício diário e direcione a sua vida para aquilo que lhe faz sentir bem. Se sentir bem será sua rotina, se sentir leve, ser livre para escolher e caminhar na direção de algo que lhe faz bem será seu mantra. Viva a vida!